UMA BOA PARTE DA MINHA VIDA E ALGUNS DILEMAS Hoje, aos 46 anos, ainda vivenciando altos e baixos, após enfrentar surtos psicóticos e um novo episódio grave, fui novamente internado — desta vez, em uma clínica de alto padrão, com todos os recursos necessários para pacientes como eu. Cheguei em estado lastimável, após cinco dias extremamente caóticos dos quais tenho poucas lembranças. O que sei desse período vem de relatos de amigos e familiares que estiveram ao meu lado tentando me socorrer ou ajudar de alguma forma. Mais uma vez, eu era “outra pessoa”. Polícia, SAMU, bombeiros, sangue, lágrimas e caos. Foi exatamente assim. Iniciei o último dia desse episódio como no filme Se Beber, Não Case — acordei sozinho em casa, que estava completamente destruída, e não fazia ideia do que havia acontecido. Apenas vagas lembranças. Minha esposa havia fugido para a casa do pai, pois eu estava agressivo e, talvez, perigoso — embora eu conteste isso. Mas quem sou eu para argumentar? Ainda ...
E nosso universo pode ser um cérebro com milhares de conexões nervosas (onde a terra é uma minúscula parte). Um artigo provocativo do professor de física Vitaly Vanchurin, da University of Minnesota Duluth (EUA), reavalia exatamente nossa realidade de uma maneira extremamente peculiar ao indicar que nós e tudo no universo “em seu nível mais fundamental [é] uma rede neural”. Há muitas décadas pesquisadores já tentam relacionar a teoria da relatividade geral de Einstein com a mecânica quântica, mas não obtiveram muito sucesso. Na relatividade de Einstein o tempo é relativo, enquanto na mecânica quântica o tempo é absoluto. O professor Vanchurin supõe que redes neurais artificiais exibem comportamentos similares a ambas teorias da física. E diz que a mecânica quântica “é um paradigma notavelmente bem-sucedido para modelar fenômenos físicos em uma ampla gama de escalas” e que “acredita-se amplamente que no nível mais fundamental todo o universo é governado pelas regras da mecânica qu...
Dentro de um Dalek Daleks são máquinas assassinas que não visam nada mais senão aniquilar todos os seres vivos. Sua sentença favorita é “Exterminar!”, ou seja: “Extinguir!”. Eles mesmos são redes neurais mutantes enfiadas em uma máquina de combate que é conduzida por meio de sua atividade neural. Daleks são então, de certo modo, aquilo pelo que o neurocentrismo atual nos toma: cérebros enfiados em uma máquina, que a usam motivadas apenas pelo seu egoísmo na batalha pela sobrevivência das espécies . Os Daleks são os principais inimigos do protagonista da série, ou seja, do Doutor, que se poderia perfeitamente interpretar como um crítico filosoficamente capacitado da ideologia. No episódio “Into the Dalek”, o Doutor é reduzido ao tamanho nano e entra em um Dalek que, surpreendentemente, começou a se pôr reflexões morais, o que é extremante incomum para Daleks. O Doutor deve entender o que está acontecendo depois que os seres humanos de uma nave es...
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